25 de abr. de 2009

“O que os olhos não vêem...” – Parte I, ou: quando é melhor não saber.



Até onde realmente eles não querem ver?

Fui uma adolescente rebelde que queria a verdade a qualquer custo. Depois de trezentos arranhões, diversas pedradas, umas quatro ou cinco facadas,e alguns tiros, fiquei convencida de que a verdade pela verdade nem sempre é o melhor caminho. Ah, ando cansada de mais essa falsa hipocrisia. De levantar bandeiras pelas bandeiras, sem considerar os reais sentimentos por trás disso tudo. Quem não mente, quem nunca mentiu, seja pra proteger alguém, por egoísmo, por medo?

Você estava saindo com aquele cara e de repente encontrou alguém mais interessante que ele, ou apenas percebeu, sem qualquer explicação razoável, que não tá afim. Vai dizer o que? Me desculpe, mas não gostei do seu papo e você me deixa entediada? Sim, porque essa é uma verdade bem comum... Ou que tal: eu detesto o jeito que você me pega. Seu beijo me desagrada. Você não me dá tesão.... Eu descobri que ainda amo o meu ex e o sexo com ele é muito melhor... Seria realmente necessário dizer isso pro outro? Mas é verdade.

Não viveríamos melhor com um “foi ótimo te conhecer, mas preciso ficar um tempo comigo mesma agora” ou quem sabe “reencontrei uma pessoa que ainda mexe muito com sentimentos meus e preciso saber onde isso vai dar...”

Sim, é mentira. Mas, sim, é verdade! Esses são os sutis traços de uma simples verdade resumida: “querido, eu não quero mais você”.

No auge da minha fase “cansei de levar tanta porrada”, tornei-me adepta desta tese e passei a entoar o mantra – se não me disse, é porque é melhor mesmo eu não saber.

Pois bem. Foi bom, mas durou pouco.

Um comentário:

  1. Liu, o problema é q o "...vc me desagrada..." às vezes é uma verdade só nossa, uma falsa verdade q a gente projeta nos outros... confesso q prefiro uma verdade dita, mas construída a dois. Parabéns pelo belo texto!
    Fabio.

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