30 de mar. de 2007

Por que a vida é assim??? rs...


Legenda:

" - Você me faz bem..."

" - Você me faz bem..."

" - Você gosta de peixe?"

Vamos entender.... Por que é assim tão difícil??? rs...

Rabuguisses...



Tô apaixonada pela Rabuga....

28 de mar. de 2007

Finding my way back... numa oração.




ZERO GRAU DE LIBRA
Caio Fernando Abreu


Ouvindo Moon Over Bourbon Street, do Sting.
Sobre todos aqueles que continuam tentando,
Deus, derrama teu Sol mais luminoso.

O Sol entrou ontem em Libra. E porque tudo é ritual, porque fé, quando não se tem, se inventa, porque Libra é a regência máxima de Vênus, o afeto, porque Libra é o outro (quando se olha e se vê o outro, e de alguma forma tenta-se entrar em alguma espécie de harmonia com ele), e principalmente porque Deus, se é que existe, anda destraído demais, resolvi chamar a atenção dele para algumas coisas. Não que isso possa acordá-lo de seu imenso sono divino, enfastiado de humanos, mas para exercitar o ritual e a fé - e para pedir, mesmo em vão, porque pedir não só é bom, mas às vezes é o que se pode fazer quando tudo vai mal.


Nesse zero grau de Libra, queria pedir a isso que chamamos de Deus um olho bom sobre o planeta terra, e especialmente sobre a cidade de São Paulo. Um olho quente sobre aquele mendigo gelado que acabei de ver sob a marquise do cine Majestic; um olho generoso para a noiva radiosa mais acima. Eu queria o olho bom de Deus derramado sobre as loiras oxigenadas, falsíssimas, o olho cúmplice de Deus sobre as jóias douradas, as cores vibrantes. O olho piedoso de Deus para esses casais que, aos fins de semana, comem pizza com fanta e guaraná pelos restaurantes, e mal se olham enquanto falam coisas como: "você acha que eu devia ter dado o telefone da Catarina à Eliete?” – e outro grunhe em resposta.


Deus, põe teu olho amoroso sobre todos que já tiveram um amor, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem. Derrama teu olho amável sobre as criancinhas demônias criadas em edifícios, brincando aos berros em playgrounds de cimento. Ilumina o cotidiano dos funcionários públicos ou daqueles que, como funcionários públicos, cruzam-se em corredores sem ao menos se verem – nesses lugares onde um outro ser humano vai-se tornando aos poucos tão humano quanto uma mesa.


Passeia teu olhar fatigado pela cidade suja, Deus, e pousa devagar tua mão na cabeça daquele que, na noite, liga para o CVV. Olha bem o rapaz que, absolutamente só, dez vezes repete Moon Over Bourbon Street, na voz de Sting, e chora. Coloca um spot bem brilhante no caminho das garotas performáticas que para pagar o aluguel dão duro como garçonetes pelos bares. Olha também pela multidão sob a marquise do Mappin, enquanto cai a chuva de granizo, pelo motorista de taxi que confessa não Ter mais esperança alguma. Cuida do pintor que queria pintar, mas gasta seu talento pelas redações, pelas agências publicitárias, e joga tua luz no caminho dos escritores que precisam vender barato seu texto- olha por todos aqueles que queria ser outra coisa qualquer a que não a que são, e viver outra vida se não a que vivem.


Não esquece do rapaz viajando de ônibus com seus teclados para fazer show na Capital, deita teu perdão sobre os grupos de terapia e suas elaborações da vida, sobre as moças desempregadas em seus pequenos apartamentos na Bela Vista, sobre os homossexuais tontos de amor não dado, sobre as prostitutas seminuas, sobre os travestis da República do Líbano, sobre os porteiros de prédios comendo sua comida fria nas ruas dos Jardins. Sobre o descaramento, a sede e a humildade, sobre todos que de alguma forma não deram certo (porque, nesse esquema, é sujo dar certo), sobre todos que continuam tentando por razão nenhuma – sobre esse que sobrevivem a cada dia ao naufrágio de uma por uma das ilusões.


Sobre as antas poderosas, ávidas de matar o sonho alheio - Não. Derrama sobre elas teu olhar mais impiedoso, Deus, e afia tua espada. Que no zero grau de Libra, a balança pese exata na medida do aço frio da espada da justiça. Mas para nós, que nos esforçamos tanto e sangramos todo dia sem desistir, envia teu Sol mais luminoso, esse zero grau de Libra. Sorri, abençoa nossa amorosa miséria atarantada.

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Como autêntica libriana que sou, só poderia sorrir com um texto como esse. Sem contar que foi escrito por um de meus favoritos autores...


Hoje, num dia de sol, agradeço por acreditar nesse meu coração e por saber sorrir apenas por ele brilhar (O sol. E o meu coração!)...


Quando ele quer ir em frente, vai guerreiro, vibrante... Tenho um coração capaz de amar. E nada poderia ser melhor que isso.


Que me critiquem, que atirem a primeira, a segunda e a terceira pedra...

Loucos são apenas os infelizes.

22 de mar. de 2007

“Aconteceu o que aconteceu... todo mundo via que acontecia...”



Seus olhos cruzaram exatamente no meio da terceira garfada. Ficou ali parada, garfo na mão, boca aberta, pânico.


- Leve o garfo até a boca. Leve o gar-fo até a bo-ca. Idiota. Vai ficar aí parada, como se o mundo inteiro fosse isso.

Ele estava com uma outra. Bonita. Simpática, parecia. Mulherzinha. Sentaram-se na mesa exatamente na sua frente. Sentiu o bar diminuir sob seus pés. Percebeu que teria torcicolo tentando desviar.

- Quantos anos ela deve ter? Mais velha, com certeza. Magra.


Desvencilharam-se poucos dias antes. Ainda assim, falaram na véspera, uma dessas conversinhas que não dariam em nada, resquícios de um amor que foi morto a balas de tiroteio – repentino e fatal.

O amor não teve tempo de reagir ao atentado. Num caminho aparentemente inofensivo, um desses percalços atravessou a garganta e deflagrou a crise, velha mola pressionada para não saltar por aí.

Não queria mais, verdade. Mas vê-lo ali depois de tudo era simplesmente indigesto. Sentiu nojo das conversas civilizadas que tiveram.

- Preciso sair daqui. Marte, lua, não importa. Júpiter... Sair do país, do planeta, da órbita. (voltar pra órbita? Ou eixo!). Mudar os telefones, quebrar o computador.

Ele acenou. Ela ainda pensava no que fazer com o garfo. Perdera o apetite. Acenou de volta. Detestou-se. Percebeu que não movia os lábios, nem falsificou um sorriso educado.

Ao invés daquele cumprimento politicamente correto, desejou arremessar o famigerado garfo। Arremessar o garfo, os pratos, o copo de chope... (não pretendia poupar nem a cevada... Sim, ateste-se: caso grave...)। Riu por dentro. Pelo menos conhecia suas vontades outra vez. Era muito bom estar de volta.


Música de fundo: “Você não serve pra mim” e “Aconteceu” – Marisa Monte.

19 de mar. de 2007

"...A sua estupidez não te deixa ver..."




Disfarce.

Vivia sua vidinha como se não devesse satisfação pra ninguém. E não devia mesmo. Há alguns anos aprendeu a não ligar para a maioria das coisas importantes para maioria das pessoas e de alguma forma isso se tornou rentável.

Escrevia a tal coluna antipática no jornal, as pessoas odiavam e liam compulsivamente. Convidaram para escrever um livro. Roteiro para um talk show da MTV. Sua intolerância à humanidade era sucesso de audiência. E ele, que não queria ser amado por ninguém, era um idolozinho moderno.

Ele não amava ninguém. Por isso, não lhe faltavam companhias para os dias frios, para as noites quentes.

Atraia todo tipo de mulher, as mais raras, as mais belas, todas dispostas a tentar quebrar seu gelo. Ele ria das tentativas frustradas. Há muito aprendeu que não é possível se apaixonar.

As suas escolhas foram feitas e ele não estava disposto a mudar. Não queria correr o risco de preencher o vazio que levou anos para construir com uma mulherzinha e suas peculiaridades.

Não iria se apaixonar. Não se prenderia a nada além de pequenos momentos de prazer e farras, cortesia de seu sucesso barato.

Ganhava corações de brinde. E os dispensava como talos de cigarro.

Ganhou o coração dela, após pequenas batalhas pouco cansativas que lhe rederam alguns arranhões. E o perdeu antes mesmo de dispensá-lo.

Orgulho ferido, conseguiu um band-aid na página seguinte. Nova foto, novo recado, mais uma pra coleção. Não era ela (gosto estranho do cigarro que não tinha fumado).

Pela janela, dava a entender que era insignificante. Se agarraria a qualquer coisa para não estar ali agora.

Ficaria com o band-aid. Fingiria. Seria de novo o vazio, de novo invencível. Dessa vez, tomaria mais cuidado.

18 de mar. de 2007

So long.


"Morreu, o nosso amor morreu... mas cá pra nós, antes ele do que eu."

17 de mar. de 2007

And so it is...

Compromisso.


Escolhemos nossos vínculos e relações, não há duvidas। Por alguma razão, que ainda não tive tempo ou coragem para descobrir, eu me comprometi a você. Difícil explicar, já que a unilateralidade desse compromisso era notória – por mim ou por qualquer pessoa, na realidade.

Expectativa.


Lembro desta conversa com um tio e no quanto me pareceu despretensiosa no dia, voltando da praia, presos no engarrafamento. Há anos lembro esta mesma conversa, quando sofro pelas mesmas antigas razões.

Criamos expectativas, para nós mesmos, para os outros. Esperamos atitudes e posturas que independem da nossa vontade, porque envolvem outros. Sem considerar que também não podemos ser sempre o melhor, o que esperamos de nós mesmos.

Acredito no poder de objetivos e metas. Tanto quanto acredito em aceitarmos nossas falhas e incapacidades para evitar os abismos.

Quanto aos outros, assumo minha própria incompetência. Falto um longo caminho na evolução para aprender a não esperar nada dos que amo. (um telefone que não toca, uma mensagem que não chega... ops! Mais um encontro desencotrado).

Decepção.

Ligamos nossas expectativas ao melhor do outro. Nem sempre o outro é o seu melhor. Nenhum de nós é.

“No meio do caminho, havia uma pedra” e eu não me dei conta do que estava acontecendo, até tudo ter ido longe demais. Não há caminho de volta. O castelo era apenas areia.

Sinais.

Dizem que as pessoas dão sinais do que realmente são – little tips, they said.

Bem. Não quis ouvir. Ouvi gritos, não quis ouvir, senti raiva, não quis ouvir, senti tristeza, não quis ouvir, senti medo, não quis ouvir, senti solidão e um estranho abismo - egoísmo soberbo, senti culpa e pena. Até me senti responsável. Em nenhum momento, quis ouvir.

Surpresa.

Não ouça sinais, alguém pode puxar seu tapete.

Ou te jogar pra fora, como um desses papeizinhos de ice kiss, chiclete mastigado (mal mastigado) - direto pela janela. (que anti-ecológico...)

Sapos.

Eles vivem na lagoa, não no estômago.
Eu engoli.

De repente restou apenas essa cólica imensurável e uma vontade incrível de vomitar tudo - all over you.

Raiva.

As ruas andam violentas. Preciso rir um pouco ao falar sobre isso, porque esse “adorável-recém-encontrado” me pediu cuidado com os meninos na rua, na mesma noite, algumas horas mais tarde. Ele falou com uma certa preocupação e carinho, dos quais eu tinha esquecido.

Continuo acreditando que a violência dentro de um carro, do lado de quem se pensa conhecer bem, pode ser muito maior que a das ruas da cidade, já que pelo menos a violência nas ruas a gente espera.

Cobrança.

Guess what? Keep the change, honey... It wasn’t much, anyway.

Death.

Sim, os mortos também vivem.
(Estão andando por aí, se passando por vivos e, se houver oportunidade, capaz de acenarem pra você... Detesto fantasmas.... Algum exorcista disponível?)

14 de mar. de 2007

Tarde demais.


Se eu fosse você
Falaria agora
Faria agora
Exatamente do jeito que você
Algum dia pensou em fazer
Não guardaria elogios
Não poupava galanteios
Delicadezas,
As menores surpresas

Se eu fosse você
Apresentava logo
A explicação verdadeira
Por aquela outra noite
Contava de uma vez
E pediria desculpas
Sem adiar nem mais um dia

Se eu fosse você
Abraçaria o maior abraço
E o beijo seria o mais apaixonado
Eu daria colo por cada momento difícil
E não esqueceria de ligar
Pra dizer que deu saudade
Quando aquela musica tocou na radio

Se eu fosse você
Não economizava amor
Nem mentiria pra mim mesmo
Dizendo que não é importante
Não teria tanto medo
De me sentir vulnerável
Assumiria todas as minhas vontades
Idéias, paixões

Se eu fosse você
Já teria percebido
O quanto nos afastamos
Pelas razões mais fúteis
E o quanto cada minuto longe
São um passo a mais
Para que tudo isso
E mesmo o agora
Seja tarde.

Bad girl...



Cruel. Tenho este veneno escorrendo em meus lábios, corre veneno em minhas veias e passa pelos dedos aos teclados... Esse meu veneno sórdido transposto em palavras ríspidas e deliciosamente prazerosas – sim admito, quase orgástico falar exatamente tudo que não senti... como revelar um segredo imundo sabendo que talvez ninguém possa ouvir – ou talvez você me escute, talvez se importe, quem sabe sofra um pouco ou sinta-se minimamente humilhado, até reflita, quem sabe queira saber mais (alguns até gostam de pés sobre as costas...) talvez ainda, (just maybe, really, I know) procure fazer melhor numa próxima oportunidade.
Sinto muito, ainda pensei comigo mesma – mas antes cruel que sem sal.
(Just hate the lack of flavor in my food.)

Perplexa.

Não seremos felizes para sempre.
Você foi uma imagem que criei
De um homem que conheci um tempo atrás
Foi o rabisco mal desenhado
De tudo que eu queria amar em você
E todas as vezes que quis você como eu lembrava
Você soube me lembrar que nada mais
Seria como naquela noite
Foi por um vulto que me apaixonei
E se perdi perseguindo meus próprios fantasmas
Não há mais ninguém, além de mim mesma,
Para acertar os ponteiros do agora.


Você realmente apagou um velho sorriso do meu rosto, pelo menos até que eu lembrasse o porquê exatamente ele estava lá... Não é qualquer um que sabe ser amado, ou amar. Aceitar e confiar no sentimento de outro requer muito amor por nós mesmos, de forma que se você me ama eu consigo achar compreensível e me sentir bem, saberei que seu amor por mim é possível se eu mesma descobrir que apesar dos inúmeros defeitos, sou “o melhor e o pior de mim” e isso tudo é bastante amável no final... Rs.

Quem tem medo de furar o dedo não brinca com agulhas. E quem tem medo de desaforo?


Sexto.


É como se nem fosse real
Guardei essas estranhas recordações
Outras memórias de dias felizes
Insistindo que podia ser diferente
Se poderia fazer alguma coisa mudar entre nós
Talvez quando as luzes apagassem
Alguém mais pudesse se dar bem nessa estorinha ridícula.


- Logo eu, que nunca me identifiquei com regras e esquemas, escrevo em pormenores, pobres linhas, gastando meus verbos em rimas rasas, só pra não perder a oportunidade de ser sarcástica.

“É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar...” – Introdução.

As pessoas andam descartáveis. No mundo do consumismo, do imediatismo, você tem que satisfazer o outro da melhor forma e neste exato segundo – não se perde mais tempo discutindo nada, arrumando nada, não há mais tempo para avaliações, para concessões. Não há tempo para aprendizados, Não há tempo pra mudar.

”Promessas que me fiz e que ainda não cumpri..” – PARTE I

Sinto muito, estou indo embora.
Não que você se importe, tem tantas outras coisas mais importantes do que eu. Tantas decisões de ontem, tantos e-mails acumulados que precisam de respostas urgentes, as ligações a retornar, tantos problemas inadiáveis que precisam de solução ainda mais imediatas. Não sinto por nada disso, aliás. Vou embora e sinto muito, mas não pelo seu descaso.

“Palavras me aguardam o tempo exato pra falar...” – PARTE II

Considere que você foi a única coisa realmente considerada todo esse tempo e se choro agora é por algo de bom do meu coração: mesmo nas estradas mais áridas, nos terrenos menos férteis acredito no poder do amor.

Acredito no encantamento e em todos os clichês e acreditei que meu sorriso poderia fazer diferença no seu dia, acreditei que poderia te trazer algo bom apenas sendo sua, te amando e estando aqui. Sei, sou uma romântica ingênua, sei, depois de tanto, talvez devesse encarar as coisas de um outro jeito... Mas com o tempo, o que perdi foi o medo de mim mesma: de ficar sozinha, de conviver comigo, com meus defeitos, com minhas perdas, sem ter ninguém pra culpar, pra reclamar, pra assumir meu lugar na hora do rush.
O lado bobo e romântico não morreu (riam!), pelo contrário. Se vejo beleza na vida, a encontro nos outros, e tenho potencial para me apaixonar e viver isso – como foi com você. Se vejo beleza em mim mesma e me alegro com isso, tenho desejo de me dividir, de compartilhar e de sonhar com mais alguém.
Isso tudo vai acontecer (e eu falo com a certeza dos românticos!), mas não foi dessa vez.

“Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir...” – PARTE III

Quando você falou que estava sendo egoísta e veio, até com carinho, explicar, eu achei que tudo ia ficar bem. Por um instante, senti como se você tivesse ido dentro de mim, lido em meus olhos, de alguma forma, essa tristeza que tenho tentado esconder. Ouvi você e não disse nada. Foi o momento mais alegre de muitos dias. É especial ouvir alguém conversar e consolar você pelo que não soube dizer, especialmente no meu caso (tenho problemas com palavras e conversas difíceis, acredite).
Estouraram fogos de artifício no meu peito. Nada estaria perdido então. “estou numa fase muito egoísta”, você disse. E desculpou-se, como quem me coloca no colo e nina, após um estranho pesadelo.

”Já sei olhar o rio por onde a vida passa...” – PARTE IV

Mas não era isso...

Acho que escutamos o que queremos ouvir, algumas vezes. Criaturas complexas somos nós, carregando dispositivos que alteram simples mensagens, para ouvirmos os mais belos discursos..... Ilusões servem apenas para adiar alguma dor.

Você continua só você, dia após dia. Eu amo você. Eu tentei esperar tudo isso passar. Tentei assoprar e descongelar essa neve ao seu redor – tentei com meu coração, que é o melhor de mim. Nem sempre ganhamos nossas batalhas.

Faltou muito pouco, eu sei. Muito pouco para que eu não desistisse agora, porque acima de tudo, eu te amo. Faltou você segurando minha mão no caminho, faltou o beijo na entrada do carro, faltou você – para que eu continuasse um pouco mais, soprasse mais forte, brilhasse um segundo mais.

”Sem me precipitar e nem perder a hora...” – PARTE V

Você me disse para ter certeza do seu amor. Do respeito. É... não tenho mais. Posso passar horas contando casos, narrando cada mágoa que, infelizmente ainda dói enquanto escrevo. Posso entrar nos detalhes de cada situação, e analisaríamos juntos o que pode ter influenciado em que, onde está minha parte no meio de tudo, o quanto o passado pode ter contribuído... poderia muitas coisas que não vou fazer agora, porque não seriam ditas pelo meu coração: o que meu sentimento captou esteve nas entrelinhas, na pausa entre as palavras, e em algumas farpas das quais vou me livrar aos poucos e com o tempo.

Não me interprete mal. Sei que também há sentimento da sua parte. Mas não estamos, nem de perto, no mesmo lugar. Talvez tenha passado nosso momento – há um tempo atrás eu me senti realmente amada e respeitada por você. Seja como for, por minha responsabilidade, pelas oportunidades da vida, por nós dois, seja como for: acabou.

Não posso continuar esperando encontrar quem você era comigo. Me apaixonei por um homem que eu não encontro mais em você. Fico dias e dias esperando “você” voltar, quando já tive todos os sinais de que não somos mais como antes.

”Escuto no silêncio que há em mim e basta ... Outro tempo começou pra mim, agora.” – PARTE FINAL

Queria muito que você me ouvisse agora da forma mais certa – falo com todo meu amor, não são reclamações, não é a minha raiva... A tristeza talvez. Queria por poucos segundos te colocar do lado de dentro, para que visse por meus olhos, lembrasse minhas lembranças.
Você me disse pra não me apegar. Para não me apaixonar. Ainda, antes disso, por uma mensagem solta no celular, me disse que estava confuso demais. Olha... respeito se você se arrepende, respeito se o preço foi muito alto pra você. Entendo até. Mas nunca estivesse do seu lado por pena, ou por me sentir te devendo alguma coisa. Não quero que tenha raiva de mim por tudo que aconteceu, eu não planejei nada disso.
Desculpe se te machuquei alguma vez. Sei que mesmo o amor pode machucar e por isso só posso pedir desculpas.
Vou sentir saudade de todos os momentos bons que dividimos. Mas agora, resta apenas assumir o presente. Não lido bem com nossas brigas, mesmo as pequenas discussões, não sei cobrar carinho, amor, cuidado, atenção. Não sei como pedir mais de você, se acredito que somos livres para dedicar o quanto desejamos de nós mesmos – amor não se mendiga por aí.

Sei que já conversei sobre isso com você, sei que você não concorda, que não vê dessa forma. Ainda assim, estou falando sobre como me sinto e de como outros percebem também (entendo que talvez a opinião dos outros não tenha haver, definitivamente não foi o mais importante, mas aconteceu sim, muitas vezes).
E sabe, algumas horas, a verdade não é o mais importante: o que vale realmente aqui não é se você estava ou não dedicado a essa relação, o importante é que eu me sinto dessa forma. E nada disso que estou falando tem haver com rótulos ou nomes que poderíamos ter dado ao que vivemos. Sinto falta de você ficar 100% do meu lado, mesmo quando apenas saiamos juntos. De transparecer essa cumplicidade de um casal.... De pessoas que se gostam. Também não estou falando do amor. Acho até que isso era muito mais transparente entre nós quando éramos apenas bons amigos.

That´s it.




“Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...” .