19 de fev. de 2006

Da turbulência do mundo e dos compromissos...

Safena
(Elisa Lucinda)

Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.

Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões

Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo

Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate

O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.

"Anoiteça e amanheça eu..."

Intimidade

Você ao meu redor
Domina as idéias
Descontrola pensamentos
Tormentos

- Deixa o dia assim!
Só pra mim...
Só dessa vez

Aceita
ser refém de meu amor
amarra em meu cabelo
acorrenta em meus braços
cola em minha boca

Deixa
ser todo meu
todo o dia
tranca seus olhos
nos meus
perde a chave
do carro
de todos os contatos
desliga, desconecta

Aceita
ser mandado
a só me amar
Briga, perde,
esquece os compromissos
não me importa
fecho a porta
definitivamente
e por um dia
Te seqüestro.

(esperando resgate, pago ainda em beijos...)

E veio o sol....

Faço minhas as suas

Digitais
(Isabella Taviani)

Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei
Me encontro tão ferida, mas te vejo aí também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito pra morrer assim

Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais

Não vou voltar atrás
Raspe dos seus dedos minhas digitais
Não vou voltar atrás
Apague da cabeça, o meu nome, telefone e endereço
Não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos

Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só
Me dóis essa lembrança das suas mãos em minhas costas
Sob o sol da manhã
Você jã me dizia: Conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por quê?

Tear dropping, rain dropping

17 de fev. de 2006

"Ah, você é cheia de estorinhas...."

E você diz que te incomodam essas minhas “tantas estorinhas”...
Você, que pensa tanto em tantas outras paixões...
Te conto uma estória: foi bem a nossa que você deixou de viver. E de tantas, tão variadas estórias felizes (acabadas ou não, iniciadas ou não) foi justamente a nossa que ficou metade, que esfriou (até congelar!), parou no tempo. Fez-se triste.
Ah, estória essa, tão linda e nossa, de uma paixão inesperada que passou montanha, vento, atravessou rio, cachoeira... Sobreviveu outro amor só pra ser mais forte, intensa. Paixão que, de medo, virou deserto – quase nos mata de sede, faz procurar água em outro lugar (busca vã, tive certeza), leva parcela do brilho dos olhos... de tão seco que foi o deserto de você longe de mim.
Paixão que soube ser enchente em um deserto seco, ainda quente, mas de outro calor... Quente de presença, cheiro, gosto, quente dos encontros todos, de pensar em ser amor.Ah, muito linda sim foi nossa estória, e foi passando por mim e até por você, que sabe lá porque, não quis ver, saber... viver.
Apenas deixou a chuva virar orvalho (no meu amor “de cinema” – uma pena), gotas de lágrimas que caíram e se foram junto com tanto carinho, tanta admiração, junto com todo o enredo. Junto com om todo o enredo. Junto com toda a estória.

7 de fev. de 2006

"Procura-se um amor que goste de cachorros..." Ou um cachorro que goste de amor...? :)



BROWN PENNY
William Butler Yeats

I whispered, 'I am too young,'
And then, 'I am old enough';
Wherefore I threw a penny
To find out if I might love.
'Go and love, go and love, young man,
If the lady be young and fair.'
Ah, penny, brown penny, brown penny,
I am looped in the loops of her hair.

O love is the crooked thing,
There is nobody wise enough
To find out all that is in it,
For he would be thinking of love
Till the stars had run away
And the shadows eaten the moon.
Ah, penny, brown penny, brown penny,
One cannot begin it too soon.

1 de fev. de 2006