17 de ago. de 2007

Pra ser ninguém, alguém tem que querer. De verdade.



“Ninguém pra ligar
E dizer onde estou
Ninguém pra ir comigo onde eu vou
Por outro lado
Ninguém pra abaixar o volume
Ninguém pra reclamar dos pratos sujos
Ninguém pra fingir que eu não amo

Toda noite no mesmo lugar
Eu abro os olhos
E deixo o dia entrar
Pra ninguém
Pra ninguém
Ninguém pra dizer quando eu devo parar
Ninguém na casa pra poder acordar
Do meu lado
Ninguém pra contar novidades
Ninguém pra fechar as cortinas
Ninguém pra brigar de vez em quando”

E houve esse dia em que eu pensava ser ninguém.
Pensava não, acreditei de verdade verdadeira.
Acreditei e desejei de verdade verdadeira.
Verdade mesmo? Eu não esse niguém.
Se fui um dia, assim por acaso, não sou mais hoje.
E agora, ninguém pode até vir a ser um outro alguém, de vez em quando.
E o triste é acordar e constatar que não adianta fazer tudo pra ser alguém, ou ser ninguém, porque ainda há quem prefira que niguém seja só ninguém. Mesmo.
(Tudo isso e só queria que o meu ninguém fosse você. E mais ninguém.)