
Como para toda regra tem uma exceção, esbarrei na minha. Para esquecer mais rápido um fantasma estranho que tava me rodeando, resolvi ir no fundo do poço das verdades. Até agora não sei dizer se quis saber para esquecê-lo, ou se estava tão exausta de conviver com minhas próprias sombras sem enxergar nada escuro do outro lado... Mas, verdade seja dita, se parte disso tiver sido por “acaso” (e prossigo, ingenuamente, tentando me convencer que não foi minha energia que atraiu isso pra mim), uma outra parte foi devidamente perseguida, e com classe, pela minha pessoa.
Até ai, amigos, nenhuma novidade: quem procura acha mesmo.
E eu achei. Achei você embaixo de tantas e tantas máscaras que me senti constrangida... Ui, fiquei sem jeito mesmo... Por trás de tanto discurso, de tanta frase feita e que eu comprava (ah, tão facilmente comprava), vi você. Impressionante. Tanto tempo ao seu lado e eu não podia imaginar...
Claro que fiz a minha belíssima parte de fugir dessas verdades todas, de seus sinais, suas vertentes. Tapei os ouvidos para minha intuição (exatamente como eu sei que você fez, aliás, com cada projeção a meu respeito... não há culpados ou inocentes...), fechei os olhos.
E incrivelmente agora, pra te esquecer de vez, abri sem medos todas as portas da verdade. A verdade sem peneiras, sem critérios, tem efeitos colaterais dos quais eu já vinha esquecendo... não foi apenas te esquecer o que consegui. Não foi um simples virar de página, bola pra frente, constatar que não era pra mim. Ao abrir as portas e olhar pra você, senti muito mais.
Veio raiva. Traição. Depois, pena. Irritação por sua covardia, desprezo pela sua vaidade, ódio pelas suas intermináveis mentiras. Nojo do seu discurso. Auto-piedade por ter acreditado nele. Pânico por tê-lo defendido. Vergonha. Decepção.
Ah, essa decepção chatinha me acompanha sempre que lembro de você e tem roubado de mim tanta lembrança boa a nossa respeito. Dito e certo, eis o pior efeito colateral da verdade. Abrem-se as cortinas, derrubam-se as máscaras....
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