11 de mai. de 2009

Contreras.

Caiu na mesma armadilha mais uma vez. E tinha medo do eco de suas palavras, doces ou amargas, novas ou antigas. Já não se sentia segurar em falar ou escrever nada, suas mensagens, soltas no espaço, eram entendidas por sua densidade e não vácuo que deixavam. Preocupava-se, mas não suficiente para parar de digitar.

Ela quer que o telefone toque, ela quer esquecer que o telefone existe, ela quer ter paz de tantos toques diferentes e desimportantes, ela quer se sentir importante pra alguém e ou que isso também deixe de ser importante. E logo.

Ela detesta ser a menina que chora. Ela quer ser leve e alegre. Ela não quer levar suas lágrimas pra ninguém, mas ela está carente de alguém para secar-lhe as lágrimas.

Ela cansa de sorrir demais, mas ela sorri quando lembra de você. E agora ela chora, achando que você não entenderia nunca. Que você a detestaria por isso. Que você vai achá-la fraca e emocionalmente desestruturada.

Desestruturada. Ela se sente assim também. E ela escreve enquanto espera ansiosa pelo toque do telefone. Ela está ansiosa o tempo inteiro. Ansiosa, ansiosa, ansiosa. Nada parece estar adiantando. Ela liga o som e não parece estar adiantando...

3 comentários:

  1. Chato8:48 PM

    Será que algum dia lhe darei parabéns?

    Não pelos belíssimos trabalhos, que por sinal surgiram em minha vida como grande fonte de inspiração. Não pela sensibilidade e densidade daquilo que é demonstrando tanto com sentimento e sensatez como carregada da loucura própria daqueles que amam de verdade.

    Será que algum dia finalmente comentarei um texto seu dizendo: Nossa como estou feliz por ter encontrado a bendita felicidade! Verdadeira, Despida, sedenta, morta de saudade, só lhe esperando para dar um abraço....

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  2. A felicidade é consequência da trilha bem trilhada. :)

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  3. Chato9:51 PM

    Espero que não aceite apenas leia...
    Aceite por sua conta em risco...

    “Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres tristes”

    Essa tréplica ao comentário apenas teria uma palavra: Profundo.
    Mas fiquei muito preocupado com sua reação, entendendo eu, que, no mínimo, você poderia pensar que era um deboche. *Sempre imagino que irá pensar o pior*, por isso passei a me concentrar em explicar tudo o que falo. No inicio era um saco, achava que perdia mas tempo justificando atitudes do que as tomando, mas depois de perceber sua habilidade quase sobrenatural de transformar qualquer boa intenção minha em algo absolutamente desastroso (o que honestamente me fazia sentir um ser inútil e desprezível), comecei a achar que esse era o único caminho.
    Mas mesmo assim não se preocupe, não tente me surpreender, já estou acostumado a achar o que eu falo desinteressante. Apesar disso, começo a ver as vantagens de ser chato, posso dizer o que penso sem me preocupar se vai gostar ou não (apesar de sempre querer que goste), afinal de contas eu sou o chato mesmo (não se esqueça da oração anterior).
    Bem, eu só escrevi tudo isso para agradecer o fato de ter comentado o meu comentário, me senti profundamente (olha a origem do “profundo”) feliz pelo seu gesto, ainda mais que o comentário foi tão denso, enigmático e revelador quanto os seus textos.

    PS. 1: O texto entre aspas é só para mostrar que também sei escrever rimas. (não queira ficar por baixo)

    PS. 2: Foi só um piada! (leia novamente a expressão entre asteriscos)

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E se o dito te inspirar a dizer, estou aqui.