23 de out. de 2007

"Vê como a vida está mais bela, só mudou sua forma de olhar..."




Já tinha cansado de procurar tanto, voltas e voltas em vão pelos mesmos caminhos, entre tantas outras pessoas - enquanto algumas pareciam saber que ela procurava, outras sequer a viam – eram, enfim, pessoas demais, obstáculo adverso quando dentre todas o que ela queria ver era apenas uma.
Seus olhares cruzaram na multidão e a multidão se foi num piscar de olhos. Ou talvez nem tenha piscado, o importante é que todo o resto se foi.

Olhou primeiro com medo. Não sabia se aqueles outros olhos também a procuravam, se estariam de passagem, se desviariam rápido ou seriam rispidamente gelados. Não sabia quase nada, pra ser exata, exceto que os olhos que procurava eram aqueles, mas nenhum.

Foi quando “aqueles” olhos sorriram de volta. Eles sorriram e os lábios sorriram e ela sentiu um aperto no peito – vontade de correr pra bem perto dele e respirar aquele sorriso de perto! Em um segundo, era tudo tão óbvio, tudo era exatamente, muito além dos certos e errados, das críticas, dos pensamentos, muito além de todas juras e promessas que repetiram “over and over and over”, de todas as brigas, da raiva, da dor.

Acompanhou aqueles olhos sem piscar - lembrou do filme que a noiva saia correndo do altar por causa do flash de uma foto que a fez fechar os olhos e desviá-los do futuro noivo e teve, outra vez, medo de perdê-lo de vista.

Então veio o abraço. Desculpem-nos todos os outros, mas só os apaixonados sabem do abraço que vem depois de uma separação. Do nó na garganta e do conflito entre as lágrimas e o riso, do bater descontrolado do coração e da vontade de que fosse possível ficar ali pra sempre (sem palavras, sem idéias, sem julgamentos e sem medos).

Ambos tinham errado seus caminhos outras vezes, mas (e isso independente do que aconteça) aquele abraço jamais seria um erro.