13 de abr. de 2010

Walking by.


Trocou seu chão por cascas de ovos.
Trocou seu chão por espelhos, de aumento, de sombras, de sobras.
Em um chão traçado em lápis, ela corria riscos, não alçava vôo, nem encontrava respostas.
Foi em um chão sem chão que seus pés caíram,
em um chão sem chão que suas lágrimas escoaram
e ninguém amparava, ninguém ligava,
era um chão sem dono e não um ninho.

Daquele chão não se voava, daquele chão mal rastejava de tão leve que pisava e se caísse, (ah, se caísse!) era um chão estraçalhado aos seus pés o que encontraria. Ela que sabia voar, ela que era filha do vento, ela que amava passos largos e pesados quando em solo firme, trocou seu chão por cascas de ovos, e todos os seus passos eram não-passos, não-possos e todas as suas vozes era não-vozes, não-vezes, e todos os espelhos apontavam única e exclusivamente para ela - não-ela.