18 de jan. de 2009

"Paz (...) já me cansei de ser a última a saber de ti..."


- Foi, mas estive ocupado com... (...) não vi sua ligação (...) é que acabei marcando (...) precisei passar na (...) foi de última hora (...)mas bem, preciso ir (...) bom, se quiser vir agora, posso esperar...


Mentira.
Mentira.
Mentira.
Hum... velho e tão conhecido aroma, sabor, da mais sincera mentira.

Sempre achou que ele não mentiria. Nunca. Sua honestidade a encantou desde o primeiro segundo. Era ele. Transparente e lindo, como sempre sonhou. Ele seria duro e cruel, se necessário. Mas se em seus olhos, a amasse, ele a amaria. Inteiro. Verdadeiramente.

Ouviu tantas e tantas vezes que isso não podia ser verdade. Pessoas mentem! Homens, todos, mentem. Não se iluda, pequena...

Acreditava. Não, não com ele. Não ele! Era uma questão de princípios. Muito além do que os outros pudessem entender. Ele, jamais. E o que todos os outros tinham a ver com qualquer coisa?

A verdade é que confiava mais nele do que nela mesma. Ele era, ali, a ponte entre seus sonhos e o mais próximo possível de realizá-los. Ele era a coerência e a força que cativava em si e deseja encontrar mais a frente. Ele, sendo a sua própria e absoluta verdade, era a verdade mais acreditável. Mais amável. E sim, sem dúvidas, ela o amou. Ele. Seu gênio difícil. Fechado. Esquisito. Suas pressas. Suas demoras. Seu jeito desajeitado e estabanado, que a irritava, sempre. Seus conceitos e opiniões bem formuladas. Suas teorias. Seu olhar distante. Sua doçura. Seu beijo. Suas verdades.

Mas não mais.

Ponderou. Sim, ok, a culpa é única e exclusivamente minha. Eu acreditei, eu criei esse personagem, Mr. Very, very, good - que não mente, não desilude, não deixa esse gosto, seco, na garganta.

Era tudo muito simples. Tudo muito óbvio. Lógico. Ela continuava patética. Ele era mais um outro - mentiroso.

Ah, sim. Todo mundo mente.

E as mentiras, meu amor.... elas são essas luzinhas piscando no escuro. Uma criancinha perdida na praia, com bracinhos levantados e gritando, “eu, aqui, me encontra, me encontra, por favor...” E tudo que é preciso fazer, olhar pro lado. Nem se sabe como ela foi parar ali, mas no momento seguinte você sabe. Encontros casuais não tão casuais assim.

Não, meu amor. Não precisa mentir. Você nem é tão bom... E eu nem sou tão má, ao ponto de não te deixar em paz.

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