E foi assim, bem naquele segundo, que deixou de sentir-se patética. Não, não sentia mais vergonha, pelo contrário. Sentia até certo orgulho, espécie de prestígio em sua atitude.
De ter corrido, chorado, descido degrau por degrau da escada. Sim! Era ela. Era seu desejo, sua vontade ali. Estava feliz por não tê-lo deixá-lo partir sem antes dizer. Sem tentar. Ficou feliz porque não engoliu tudo num gélido “ok”. Fico feliz por não ser mais uma dessas mudas, intoxicadas pelas dores e amores da vida. Por não ser mais uma das que ignora, das que disfarça, das que fingem. Mais uma das que não descem escadas.
Porque para entender da subida, meu bem, é preciso descer de quando em quando. Porque pra ser feliz, só às vezes, é preciso não desistir na primeira parada.
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