
Dia desses
Fui brincar de beijinhos
Naquele banco, isolado, da esquina.
Sei, admito,
Derreti com o chiclete, (rs)
Quis pra mim
E até esqueci os “nós”
Esqueci
Que não eram comigo
Os outros tantos laços
Amarrados.
Foi, é verdade,
Ninguém viu, na hora, o beijo,
Quase ninguém viu meu brilho,
Antes, os olhos cantando.
(eu leve de alegria)
Enquanto todos
Pensavam ser apenas um sorriso.
Dia desses
Resolvi ficar com as flores
Que encontrei, perdidas, no caminho.
Sei, admito,
Me apeguei ao perfume,
Quis pra mim
E até esqueci os espinhos
Esqueci
Que não era meu
Todo aquele jardim,
Afastado.
Foi, é verdade,
Ninguém viu, na hora, o corte.
Quase ninguém viu a dor,
Agora, espinho - estanque, no peito.
(eu pesada de solidão)
Enquanto todos
Pensam ser só uma farpa.
(Exceto por você, que pensa não ser nada).
À Mesa do Amor
Joaquim Pessoa
"Quero-te para além das coisas justas
e dos dias cheios de grandezas.
A dor não tem significado quando mais roubam as árvores
as ágatas, as águas.
O meu sol vem de dentro do teu corpo,
a tua voz respira a minha voz.
De quem são os ídolos, as culpas, as vírgulas
dos beijos? Discuto esta noite
apenas o pudor de preferir-te
entre as coisas vivas."
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