19 de abr. de 2007

Rabuguice.

- Não há razão para termos essa conversa, está tudo muito bem resolvido. Desculpe, é que não há mais nada pra conversar.

- Mas o problema é que...





Viu ele sentado ali, beijo no beijo de uma outra boca, coisa mais incômoda de assistir, e assim de tão perto, entre os copos e braços cruzados pela mesa...


Ele a beijava de olhos fechados, dedos entrelaçados entre os cabelos. Um casal a mais numa noite de sábado. Mas não mais. É que... Não era. Era para ser ela. O que houve, afinal? Escorria a raiva e a cerveja, inveja, escondida, seu desejo atrás do descaso, quando apenas ela mesma pensava que sabia disfarçar alguma coisa, e nem sabia mais se pensava assim. Óbvio, seria perceptível a vontade, triste melancolia no fundo dos olhos, mau humor injustificado na mesa do bar.


Cada beijo, outro “bum” (idealizado para ser “prá-pum-tchibumm-crash-bang”) - iria pular em cima dele, iria a talzinha num cruzeiro pra áfrica, iria ele ser sem resposta, sem reação, e iria ela embora, sorrindo de ser exatamente o quanto tinha se apaixonado.




Ele não sabe. Eu mesma não quis dizer, eu mesma deixei e não fui quando ele chamou. Nem agora, apaixonada. Não fui.




Sentiu que teria que esquecer, mesmo antes de ter alguma outra coisa pra lembrar.
E não era agravável. Apenas. Não era.

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