Reflexo.
Olhou no espelho, sua imagem turva (resquícios do álcool), maquiagem escorrida nos olhos, cabelo horrivelmente desalinhado. O esmalte vermelho, milagrosamente intacto das unhas.
- Nem sei mais onde a menina que eu fui se escondeu.
Recolheu as garrafas e, junto, reuniu os cacos do que entendia reciclável: pedaços de antigas crenças e vontades, um pouco de sonho, uma boa dose de peso de consciência. Conhecimentos vagos de lições passadas. Não queria mesmo levar muito. Nada de excesso de bagagem dessa vez. Lembrou de um livro: estórias de amor devem ser esquecidas, abandonadas pelo caminho. Tinha muitas estórias de amor. A way to much to take.
- Temos que começar de algum lugar.
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