2 de fev. de 2007

Fim de Estória.

E pediu mais uma vez.
- Não.
- Porque isso agora?
- Já disse. Não quero explicar. Apenas não sinto. E quando não se sente, não adianta querer sentir, e quando se quer querer sentir o que se sente é o contrário de sentir qualquer coisa.
- Eu sinto.
- As pessoas sentem, mas também mentem, aumentam... Exageram. Queria ver tudo nos seus olhos e não ter que me preocupar se você resolve ir embora. E nessas horas, não me entendo, porque sei que não quero te prender aqui.
- Já nem sabe se não sente? Eu que nem sei se você se importa de verdade.

Nada que ele diga pode consertar as coisas agora, pensou. Alguns caminhos são trilhas proibidas para pessoas que se gostam, mas não se amam. Alguns caminhos são trilhas proibidas para qualquer pessoa que uma outra pessoa cogitou amar.

Sabia que outras conversas viriam, viriam outros encontros, casuais, sozinhos, acompanhados... Viriam até outros sonhos, quem sabe com beijos, quem sabe reais. Mas a verdade é que a verdade era essa – uma pesada cortina levemente puxada, uma espécie de medusa – não deveriam olhar, mas viram. Agora, a verdade não se escondia atrás de panos e por mais que fingissem... Não seriam mais os mesmos: foram petrificados em um momento tal que se repetia e repetia, involuntário.
Involuntário ainda aquele aperto no coração. Involuntário o peso pela certeza, o peso do fim, da despedida.

- “Totalmente?”.
- Melhor.
(Disse melhor por não saber dizer mais nada. Não saberia dizer que sim, não saberia dizer "com certeza". Não era certeza. Era precisa e exatamente isso: melhor.)

Seguiriam assim agora, cada um a sua própria estória. E lembrou do dia que começaram, do texto. Do bate papo “despretensioso”. Riu sozinha – tudo se encaixa de um jeito ou de outro... as frases, todas, continuam válidas, atuais, pertinentes.

“Alguns segredos precisam ser esquecidos muito, muito rápido... Alguns segredos dão medo se lembrados (por isso, sequer guardá-los)........... Não foi culpa dela. Nem dele. Ou foi culpa de ambos, para os que acreditam que alguém sempre tem que levar a culpa”

E assim, terminaram.
No mesmo ponto.
Depois de algumas significativas voltas.

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