
Um humilde senhor no caixa ao lado, fila no supermercado. Óculos de grau, blusa pra dentro de uma calça surrada (bem passada, entretanto), cinto preto, sapatos velhos. Cabelos devidamente penteados. O senhor entregou um cartão de credito azul. Discussão em voz alta e tumulto entre as atendentes.
– “Fulana, você não viu o aviso! Ele não pode parcelar não!!!!”
E a tal da fulana, para o senhor:
- “Sinto muito, viu moço, o cartão realmente parcela em até 10 vezes, mas o valor mínimo é de R$ 10 reais a compra, olha ali no papel...”. (apontou para uma folha de oficio escrita com letras garrafais, colada na parede, atrás do caixa).
Dei por conta da situação e olhei pro balcão. A compra que tentara fazer era de uma garrafinha de Iogurte de morango, custava R$ 0, 79 (o valor, bem grande, estampado no monitor do computador da cobradora).
Quase deserpero – peguei correndo o iogurte e pedi alarmada pra Caixa passar junto com minhas compras. Cara de má vontade dá atendente, que tinha encerrado a venda.
O senhor olhou pra mim.
- “Não. De jeito nenhum. Obrigado.”
- “Mas, meu senhor, por favor. Eu faço questão. De verdade, por favor”.
- “Não, não”. E correu da loja antes que eu pudesse pensar em algo melhor pra dizer.
Esse foi um dos piores “nãos” que já ouvi na minha vida.
Voltei pra casa chorando. Borrei o rosto com o rímel de R$ 30,00, que foi escorrendo pelo pó de R$ 40,00... às vezes (poucas e tantas vezes), detesto a maquiagem que cobre meu rosto.
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ResponderExcluirFoda...
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