13 de jul. de 2018

"... Parece que o coração carece e diz: ‘Para!’ silencia, se embrulha e se embaralha... "




Porque podemos parecer Fortaleza.
Escudo de aço, armadura impenetrável... Porque é possível calar, controlar qualquer som ou gemido, todo grito.
Porque podemos segurar o choro. Impedir que a lágrima chegue a cair, ou que essa mesma lágrima se forme, no canto do olho.

Porque podemos parecer Fortaleza.
Velha máquina 'descabeada' e sem wifi... Porque é possível bloquear, desviar toda fonte ou acessos, toda conexão. 
Porque podemos desligar a tomada.
Impedir que a mensagem se torne nuvem, ou que a ideia se torne mensagem, pelos teclados de um celular qualquer. 

Porque podemos parecer Fortaleza. 
Blindar o corpo, o olhar, ou mesmo o ar que nos circula naquele mísero instante.
Podemos parecer tanto, tão bem e convencidamente.
Podemos até acreditar, ou deixar que acreditem.
Podemos tudo isso, até mais.
Podemos.

E ainda assim, quase que óbvio, quase clichê: nem tudo que parece, nem tudo que se vê, é exatamente o que demonstra ser...

(Se a ideia era suportar de tudo, que bom já não dá mais. 
Se tudo que se arremessa fosse paz, não precisaria (pare) ser fortaleza...)

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