Sorriu, como para um espelho.
Não sabia exatamente como seria ser amada.
Era apenas o silêncio de sua alma e a vontade de nunca, nunca parar – voltas musicadas de um carrossel sem curso, sem hastes, sem freios...
Desejava ligar e contar tudo. Palavra por palavra, proferir, ato obsceno e escandaloso que era a verdade que cercava, sem medo, sem preparativos, simples, direta.
- É você.
Não se sabe o fim da estória. Todos os prováveis e improváveis caminhos que os direcionariam dali, daquele inusitado encontro, das destemidas palavras, das palavras de agora, que mudariam tudo. Ou apenas direcionariam seus pés ao caminho que já era deles.
Não saberia.
E deslumbrada por não saber, sentava-se em frente ao computador, deixando que os dedos ditassem as palavras que lábio algum comportava... Ao menos não sem transformá-las em beijo, em desejo, em amor.
Não sabia exatamente como seria ser amada, exceto por si mesma: pois para amá-lo tanto, inevitável sorrir (como para um espelho), mesmo no mais chuvoso dos dias, a felicidade do amor.
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