
Norteio-me pelo que fazes*.
Então não tente me convencer
- “vamos começar do zero”,
Ou que renovaremos nossa relação com a virada do ano.
Não disponibilize tantas interpretações
para tão poucas palavras,
tantas lacunas trazidas pela extensão silêncio
de seus lábios, mudos.
Não são surdos, os meus olhos.
Norteio-me pelo que fazes,
E apenas seus atos transformam, de fato,
Cada tato que já não quero mais enxergar
Ou sentir, ou transpor.
Sou só pó, quando é silêncio,
Só dor, quando demora,
Sozinha quando não me encantam mais
Seus cantos.
Norteio-me pelo que fazes,
E nos vãos de cada ato em vão,
Traço triste a dança das desculpas e arrependimentos
Que não se fazem, apenas soam
Zumbidos sem tons ao meu ouvido.
Vivo toda canção que não me fala
Entendo toda palavra que evita
Não perco seu rastro pelas linhas tênues da minha pequena-grande vida
E não apago pegadas traçadas em meu corpo.
Seja o que quiser.
Faça o que quiser.
Enquanto isso, norteio-me como desejar,
mesmo que não seja mais o seu desejo.
* Baseado no texto entraído de: http://www.balzaquianos.com/cronicas.asp?registroc=222
**Foto extraída do site: http://gemarlutar4ba.blogspot.com/2010/07/bussola-bussola-e-orientacao-uma-agulha.html
Li,
ResponderExcluirvc escreve tão lindo!
Mesmo que nao seja seu o meu desejo, ainda desejo que nao pare nunca de escrever.
ResponderExcluirBeijocas mil e cheias de saudades
É sim, minha amiga, também meu íntimo desejo!
ResponderExcluirSaudade em dobro!