
Eu preciso de 15 minutinhos pra mim.
São quinze ínfimos minutos pra ficar de mal comigo mesma, com você, com o mundo inteiro, quinze minutos de segregação, de partida, escondida, quinze minutos sem saída, sem despedida, sem uma estória pra contar.
Nos meus quinze e sagrados minutinhos, não quero papo, não quero seu braço muito amarrado no meu, nos meus quinze minutos, não quero ter que responder, ou argumentar, concordar, comentar, ou emitir qualquer outra das espécies verbais que impliquem opinião, por quinze minutos, apenas, esqueça, de mim, comunicação (Nem um “tá”, nenhum “sim”, nem um “não”).
Por quinze minutos quero me perder pelas minhas idéias e sentimentos mais grosseiros, quero mergulhar pelo lado mais carregado, mais antipático de mim, ir ao fundo do poço do meu descontentamento - por apenas quinze minutos quero contatar o pior que posso ser ou fazer, mirar nos olhos da minha sombra e com profundidade, sem dó, sem piedade, encará-la e a mim mesma, como pela primeira e última vez.
Quero quinze minutos sem por favor, sem obrigada, quinze minutos isolada (até sem água), sem qualquer educação e de preferência sem sermão, já que, afinal, são só quinze minutos de loucura e liberdade, eu e meu barquinho navegando e navegando pela hostilidade...
Também, não quero explicar muito esses meus quinze minutos. Eles existem porque existem, dentro da minha condição feminina de ser, fora do contexto da objetividade ou do racional, meus quinze minutos não obedecem a padrão conceitual, convencional - eles lavam as mãos às apologias e se perdem do entender.
Ainda assim, não por eles, mas por mim, peço sinceras desculpas. É que me apeguei aos quinze minutos. Já não passo sem eles de quando em quando... Esses supermencionados quinze minutos são meu refúgio, minha resposta pra tudo mais que não sei ou não quero responder. Minha válvula de escape do “não-poder”.
Por isso, peço desculpas e peço licença, por nada mais, nada menos, que quinze minutos.
São quinze ínfimos minutos pra ficar de mal comigo mesma, com você, com o mundo inteiro, quinze minutos de segregação, de partida, escondida, quinze minutos sem saída, sem despedida, sem uma estória pra contar.
Nos meus quinze e sagrados minutinhos, não quero papo, não quero seu braço muito amarrado no meu, nos meus quinze minutos, não quero ter que responder, ou argumentar, concordar, comentar, ou emitir qualquer outra das espécies verbais que impliquem opinião, por quinze minutos, apenas, esqueça, de mim, comunicação (Nem um “tá”, nenhum “sim”, nem um “não”).
Por quinze minutos quero me perder pelas minhas idéias e sentimentos mais grosseiros, quero mergulhar pelo lado mais carregado, mais antipático de mim, ir ao fundo do poço do meu descontentamento - por apenas quinze minutos quero contatar o pior que posso ser ou fazer, mirar nos olhos da minha sombra e com profundidade, sem dó, sem piedade, encará-la e a mim mesma, como pela primeira e última vez.
Quero quinze minutos sem por favor, sem obrigada, quinze minutos isolada (até sem água), sem qualquer educação e de preferência sem sermão, já que, afinal, são só quinze minutos de loucura e liberdade, eu e meu barquinho navegando e navegando pela hostilidade...
Também, não quero explicar muito esses meus quinze minutos. Eles existem porque existem, dentro da minha condição feminina de ser, fora do contexto da objetividade ou do racional, meus quinze minutos não obedecem a padrão conceitual, convencional - eles lavam as mãos às apologias e se perdem do entender.
Ainda assim, não por eles, mas por mim, peço sinceras desculpas. É que me apeguei aos quinze minutos. Já não passo sem eles de quando em quando... Esses supermencionados quinze minutos são meu refúgio, minha resposta pra tudo mais que não sei ou não quero responder. Minha válvula de escape do “não-poder”.
Por isso, peço desculpas e peço licença, por nada mais, nada menos, que quinze minutos.
Os medíocres precisam de 15 minutos de fama... Já os inteligentes precisam de 15 minutos só dele...
ResponderExcluirQuase Sem Querer
Legião Urbana
Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranqüilo
E tão contente.
Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber
Tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei por quê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito:
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei por quê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.
Os malas precisam de 15 minutos de atenção. Talvez mais.
ResponderExcluirPra vc, quantos quiser...
Oi Li, eu normalmente preciso desses 15 minutos todos os dias quando acordo....
ResponderExcluirbeijos
Lia,
ResponderExcluirQuando eu lia Clarice Lispector alguns anos depois do colégio, os textos sempre me remetiam às aulas de literatura de Lúcia Gáspari... Agora tenho lembrado de você e de seu blog...
Esses 15 minutos venusianos muitas vezes são angustiantes em Marte... É difícil entender que "eles existem porque existem" e não são consequência de alguma atitude desleixada/(in)consciente. Enfim...
Pra não perder o costume, um trecho:
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio
Clarice Lispector. Dá-me tua mão
b4:
ResponderExcluirvocê nem sabe como trouxe as palavras certas na hora certa...
Muito especial esse trecho.
Welcome to Venus, hehehe.
Amor:
ResponderExcluir- Obrigada pelos minutos e por tudo o mais... rs. Sei que vou precisar.